2014: Melhores discos nacionais e internacionais

Mais um ano chega ao fim, mais uma lista é criada. Tentamos, durante os últimos 12 meses, trazer o que achamos de mais interessante na música mundial para vocês, queridos usuários da Deezer no Brasil. Esperamos que tenham descoberto novos amores por aqui ou, pelo menos, aberto os ouvidos para o que há de diferente por aí. Dividimos nossas listas em Nacional e Internacional – e já adianto que se houvesse uma batalha entre o top 1 de cada uma, saía sangue mas o Brasilzão ganhava essa. E vocês? Quais são seus preferidos do ano? É só comentar no post. Um beijo e até 2015!

TOP 10 DISCOS BRASILEIROS

10 – Criolo – Convoque seu Buda

O paulistano mostra que o sucesso de “Nó na Orelha” não foi por acaso. “Convoque Seu Buda” repete a fórmula e entrega tudo que os fãs queriam: letras com temáticas contemporâneas, misturas de ritmos brasileiros e a bela produção musical de Daniel Ganjaman e Marcelo Cabral.

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9 – O Terno – O Terno

O segundo disco da banda paulistana traz os meninos virando homens e amadurecendo seu rock psicodélico em pleno 2014. Letras divertidas, humor autodepreciativo, rock simples e curtição. Curiosa para ver os próximos passos d’O Terno.

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8 – ruído/mm – Rasura

“Rasura” é daquelas jóias raras. Oito faixas só com instrumentos e que te levam por lá e por cá, fechando convenientemente com ‘Penhascos, Desfiladeiros e Outros Sonhos de Fuga’. Acho que essas são as músicas que te ajudam a sonhar colorido. Ouvir “Rasura” é entrar naquele estado entre a consciência e o sonho e as viagens dentro disso podem ser sublimes ou violentas, sem nunca perder a ternura. Pode tudo, só não pode ouvir baixinho.

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7 – Rômulo Fróes – Barulho Feio

O disco chama “Barulho Feio” e acho que só por isso já merecia estar nessa lista. Praticamente composto de voz, violão, sax e ruídos de cidade pulsante, o trabalho de Rômulo Fróes confirma seu grande talento como compositor. Poucos elementos, muita alma, muita vida. Um disco urbano, pra ouvir nos fones de ouvido caminhando por aí, que te levanta e te derruba várias vezes durante seus 43 minutos.

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6 – Lucas Santtana – Sobre Noites e Dias

Ser o sucessor de um dos melhores discos brasileiros dos últimos tempos não é fácil. “Sobre Noites e Dias” fica no meio do caminho entre continuar explorando a bela sonoridade encontrada em “O Deus Que Devasta Mas Também Cura (2012)” e a criação de novos desafios. Parece beber na mesma fonte do álbum anterior, porém com menos melancolia e mais leveza. Aceitamos de bom grado, é claro. Pérolas como ‘Montanha Russa Sentimental’, ‘Funk dos Bromânticos’ e ‘Partículas de Amor’ não se acha em qualquer esquina.

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5 – Mombojó – Alexandre

O disco mais inventivo do Mombojó desde o debut “nadadenovo” é tudo menos preguiçoso. Os meninos puxam pra lá, puxam pra cá e entregam um trabalho cheio de vida e que indica uma banda sempre disposta a crescer. E ainda tem participação da musa (deles e minha) Laetitia Sadier (Stereolab). Isso na minha terra chama sucesso. Ousadia e alegria, como dizem por aí.

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4 – Holger – Holger

Lançar o terceiro disco da carreira e batizá-lo com o nome da banda é uma indicação de que “agora o negócio ficou sério”, né? “Holger” já abre com esse indicativo – as primeiras frases são: “A gente mexe, remexe, mexe, até ficar bom”. E olha, ficou bom mesmo. O álbum traz a banda paulistana em seu melhor momento – os rapazes conseguem trazer todas as suas múltiplas influências para dentro de si e mostram 11 faixas repletas de uma sinceridade delicada ainda inédita na história da banda até aqui.

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3 – Saulo Duarte e a Unidade – Quente

Um disco rebolantemente paraense e delicioso. O segundo álbum de Saulo Duarte e a Unidade é daqueles pra soltar tocando e sair dançando. Com um som pesado de big band afro-caribenha a acompanhar, a voz de Saulo te convida a viver um verão quente e permanente – bota pra tocar e sai correndo pra praia!

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2 – Russo Passapusso – Paraíso da Miragem

O grande debut de 2014. Russo já era conhecido por seu trabalho com o BaianaSystem e o Bemba Trio mas foi com Paraíso da Miragem que realmente se apresentou ao mundo – e metendo o pé na porta. Música de tudo e de todos, juntando mil brasís e que, em outros tempos, gosto de pensar que tocaria em rádios de norte a sul do país. Estamos aqui, trabalhando e torcendo para que o alcance de Russo seja continental – ele é bom demais pra não ser.

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1 – Anelis Assumpção – Amigos Imaginários

O melhor disco do ano chega assim, cheio de intimidade, pedindo licença pra mudar seu dia. Delicadamente, a compositora pergunta se “cê tá com tempo” e já começa a se mostrar: a feminilidade, a personalidade, tudo ali pra ser visto, sentido e celebrado. Por 45 minutos vemos Anelis falando do que gosta e não gosta, jogando os por quês e porquês, declamando e declarando e, por fim, convocando deuses e deusas. Um álbum que te joga na vida com uma energia palpável e um olhar cheio de poesia cotidiana. Somos então todos melhores amigos imaginários de Anelis.

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Menções Honrosas:

Alessandra Leão – Pedra de Sal EP

Séculos Apaixonados – Roupa Linda, Figura Fantasmagórica

Lupe de Lupe – Quarup

Bruno Capinan – Tudo Está Dito

Onagra Claudique – Lira Auriverde

 

TOP 10 DISCOS INTERNACIONAIS

10 – Kindness – Otherness

Não tem muito como descrever “Otherness”. É um trabalho sensível, de clima, de melodias e vocais. O produtor Adam Bainbridge parece ter criado o disco pra si mesmo e chamado alguns amigos pra participar. O resultado é um álbum que parece ser feito para ouvir sozinho, sublimando toda a pequenez que há no mundo e deixando pra você só aquela paz particular presente em se maravilhar com uma música.

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9 – Flying Lotus – You’re Dead

Steven Ellison transita entre o eletrônico, o hiphop e o jazz como ninguém. Em seu quinto disco, o produtor resolveu criar música para o momento em que estamos mortos – quando termina esta vida e antes do que quer que seja que vem depois. Um álbum desafiador, complexo e que te leva ao inferno e ao céu em apenas 38 minutos. E ainda tem o tesouro “Never Catch Me”, com participação de Kendrick Lamar – uma das músicas do ano.

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8 – Beyoncé – Beyoncé

Em “4”, a rainha Bey já tinha criado um disco propositalmente “de artista”, com um conceito claro e novas influências e caminhos – mas ninguém prestou a devida atenção. Então ela escancarou o poder e a ambição, vestiu a coroa de vez e parou de pedir desculpas (bow down bitches). Lançou o homônimo “Beyoncé” – que é mais conceito do que álbum, – com direito a discurso feminista, veia hiphop e até um visual album. Se tivesse algumas faixas a menos e um pouco mais de regularidade, o disco estaria ainda mais acima nessa lista – pois quando a mulher acerta, acerta como ninguém. ‘***Flawless’ é daquelas músicas que mudam o mundo – ou, pelo menos, o pensamento de uma menina, o que nos dias de hoje, é quase a mesma coisa 🙂

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7 – FKA Twigs – LP1

Ouvindo o debut da FKA Twigs, me lembro de outra estréia que tinha esse tanto de potencial e personalidade, há 21 anos: Björk. Se Tahliah Debrett Barnett vai trilhar um caminho tão inovador e revolucionário quanto a islandesa, não sei. Mas os elementos estão ali e a ousadia também. Um disco do futuro.

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6 – MacDeMarco – Salad Days

Mac DeMarco faz música mais ensolarada do que suas origens canadenses indicariam. “Salad Days” é o segundo disco do rapaz e sua sonoridade ilustra maravilhosamente uma persona (real ou imaginária): leve, estranho, afetuoso, despretensioso e confiável. Os erros são adoráveis e o tom de DIY mais ainda. Pra um domingo de manhã: dá o play e vê o que o dia te traz.

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5 – Jungle – Jungle

A Wikipedia chama o que o Jungle faz de “modern soul”. Achei até uma boa definição mas… é tão mais que isso. Dançante, pop, delicioso e sim, cheio de groove. É daqueles discos que você pensa: mas se eles debutaram com ISSO, o que eles podem fazer depois? Difícil, mas se eles conseguirem um segundo álbum melhor que esse eu tatuo uma selva inteira nas minhas costas (brincadeira, não cobrem a promessa, por favor).

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4 – Warpaint – Warpaint

É muito bom ver uma banda ir se formando a olhos nus. O Warpaint é daquelas em que o processo é constante e claro. Com um primeiro disco maravilhoso, veio então a parte difícil de amadurecer nos palcos e lançar um segundo trabalho que desse um passo a frente. “Warpaint” é assim: imperfeito como o quarteto californiano já abraçou ser, mas visceral e sincero como poucos. ‘Love Is To Die’ é daqueles singles tão incríveis que quase prejudicam o resto do álbum. Mas, se ouvido com atenção, “Warpaint” se mostra um diamante – já não tão bruto. Nada melhor do que errar da forma mais bonita possível.

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3 – Metronomy – Love Letters

Metronomy é a banda mais simpática da Inglaterra e todo mundo sabe. Joseph Mount consegue ser melancólico e feliz ao mesmo tempo, e sempre com uma doçura tão intimista que parece que estamos ouvindo um menino tocando sozinho no seu quarto – que não se importa de ser importunado. A cada disco parece que vemos o Metronomy mais minimalista, mais maduro e “Love Letters” é, literalmente, puro amor.

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2 – Azealia Banks – Broke with Expensive Taste

O disco que quase virou lenda finalmente viu a luz do dia em 2014. “Broke with Expensive Taste” não é perfeito mas é um álbum que, como a autora, se joga no perigo. Já na segunda faixa temos um rap meio salsa no qual Azealia rima até em espanhol – wuuuuut? Só por essa música já vale o álbum inteiro. Quem me conhece sabe que tenho um fraco por rappers que sabem cantar e Azealia é um desses raros casos, com um flow pesado e impressionante. O principal problema do álbum é o timing: uma pena que tenha demorado tanto a sair – tivesse vindo ao mundo há 2 anos, no encalço de 212, seria considerado um marco no rap feminino.

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1 – Sharon Van Etten – Are We There

O disco mais lindo do ano. Sharon Van Etten não tem medo de nada – são 46 minutos de pura beleza e coragem. “Are We There” traz uma compositora que chegou lá sim, no disco mais pessoal e dono de si de sua carreira. Ela cresce, cresce e quase não cabe aqui. Uma obra crua em sua complexidade, mas que nos faz sentir como se estivéssemos no banco do passageiro, vendo o mundo pela janela, enquanto ela se mostra por inteiro. O disco mais lindo do ano.

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Menções Honrosas:

Interpol – El Pintor

Sondre Lerche – Please

Sun Kil Moon – Benji

Damon Albarn – Everyday Robots

Adult Jazz – Gist Is

 

VIDEOCASTS

Escolhemos cinco discos para fazermos uma resenha/gif/vídeo sobre eles. Dá o play: