Arnaldo Antunes fala sobre carreira, traumas e seus hits: “Todos os meus sucessos me surpreenderam”
No podcast ‘Essenciais’, da Deezer, o músico também conta que Tribalistas não tinham pretensão de ser um estouro e que ‘Nome’, primeiro solo, era seu “Yellow Submarine”
Do rock, do pop, da MPB; cantor, compositor, poeta, artista visual, titã, tribalista, Pequeno Cidadão… “Sou inclassificável”. E essencial. Por isso Arnaldo Antunes, dono das aspas citada, está no novo episódio do ‘Essenciais‘, podcast original da Deezer, que convida nomes fundamentais da música brasileira para revisitarem e contarem os processos de sua discografia.
Durante o programa, recheado de referências e vivências em diversos contextos culturais e sociais das últimas décadas – da Contracultura à Lactomia (movimento social nascido na década de 90, na Bahia) – Arnaldo conta que começou a compor na escola. “No colégio que eu estudava Paulo Miklos era da minha classe, foi meu primeiro parceiro. E os outros Titãs todos, a gente começou a fazer música ali nesse período, com 15, 16 anos”.
Arnaldo Antunes deixou a icônica banda de rock em 1992 para lançar seu primeiro disco solo ‘Nome’, um projeto multimídia com VHS, livro e CD, numa época em que a internet ainda engatinhava: “Tinha saído do Titãs e queria de certa forma afirmar que estava fazendo uma coisa radicalmente diferente, porque também era o que estava me seduzindo. Tem esse caráter experimental do projeto que foi recebido com certo estranhamento. Depois disso ficou um trauma tão grande, que a cada disco que eu fui lançando os jornalistas vinham me entrevistar e sempre perguntavam: ‘poxa, agora ficou mais pop, né?’ (risos), se diverte. Sobre esse trauma, ele explica: “Para mim, na época que eu lancei o ‘Nome’ aquilo era pop. Achava que as músicas davam para tocar na rádio. Era uma ilusão assim… para mim era meu ‘Yellow Submarine’, desenho animado, tinha criança que via e curtia. Eu falava: ‘Qual a dificuldade disso?’”.
No passeio pelos Tribalistas, fruto da gravação de seu disco ‘Paradeiro’, feito na Bahia e co-produzido por Carlinhos Brown, que sem pretensão tomou as rádios, Arnaldo reflete sobre seus hits: “Foi esse sucesso que surpreendeu até a gente. Foi tudo feito com tanta espontaneidade. Não tinha muito dessa meta de fazer sucesso ou da previsão de que aquilo ia ser um estouro. O retorno foi muito maior do que a gente mesmo esperava, enfim; a gente não tinha essa expectativa ou esse plano de marketing para isso”, conta.
Ele ainda comenta o mesmo sobre a música “A Casa é Sua”: “Foi surpreendente também para mim. Acho que todos meus sucessos me surpreenderam. ‘O Pulso’, que era talvez a música mais estranha daquele disco ‘Õ Blésq Blom’, que é uma música toda falada. E de repente aquilo virou um estouro, as rádios começaram a tocar; não era um música de trabalho escolhida”.
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