Belchior: carreira, histórias e grandes sucessos do compositor

Belchior foi um grande cantor e compositor nordestino, famoso por canções como “Alucinação”, “Sujeito de Sorte”, “Coração Selvagem” e a música “Como Nossos Pais”, que ficou muito conhecida pela icônica versão na voz de Elis Regina. 

Com um visual memorável e voz única, Belchior foi muito mais que apenas um rapaz latino-americano, ele marcou a história da MPB.

Suas músicas nunca saíram de moda, mas recentemente seu nome voltou a ficar em alta com o lançamento de um sample do Emicida, na música AmarElo, em que os versos da canção “Sujeito de sorte” complementam toda a mensagem que o rapper traz na sua canção.

Nessa faixa, temos Belchior participando de uma música muito potente ao lado do rapper, de Pabllo Vittar e Majur. “Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro!”

Se você sempre quis saber mais sobre a história desse grande artista que marcou a música brasileira, assim como as diversas curiosidades que cercam sua trajetória, vem comigo.

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Quem foi Belchior? Conheça a história do cantor

Antônio Carlos Belchior, mais conhecido somente como Belchior, foi um cantor, compositor, músico, produtor, artista plástico e um dos maiores nomes da Música Popular Brasileira.

Ele foi um dos membros do “Pessoal do Ceará”, um grupo de músicos do estado que, além do próprio Belchior, incluía nomes como Fagner, Ednardo, Rodger Rogério e Fausto Nilo.

Durante a infância, Belchior estudou música, canto para coral e piano e sua mãe, Dolores, cantava na igreja que a família frequentava.

Depois de se formar na escola, Belchior optou por vivenciar um período de disciplina religiosa e viveu em uma comunidade com frades italianos no mosteiro Guaramiranga, onde aprimorou seus conhecimentos em latim, italiano e canto gregoriano.

Depois disso, voltou para Fortaleza, onde estudou medicina, mas abandonou o curso no quarto ano, em 1971, para dedicar-se a sua carreira artística.

Foi quando se ligou aos músicos do Pessoal do Ceará e se mudou para o Rio de Janeiro, onde venceu o IV Festival Universitário da MPB com a canção “Na Hora do Almoço”.

Depois disso, se mudou para São Paulo e, nessa época, compôs canções para alguns filmes de curta metragem.

Em 1974, ele lançou o seu primeiro álbum autointitulado, mas, apesar das suas canções já serem executadas por grandes artistas, como Elis Regina, ele ainda não conseguiu o reconhecimento nacional do mainstream.

Foi em 1976, com o lançamento do seu segundo álbum, Alucinação, que ele conseguiu quebrar essa barreira e tornar a sua voz e a sua música conhecida em todo o Brasil.

É desse álbum que nascem vários clássicos da carreira do cantor, como “Velha Roupa Colorida”, “Como Nossos Pais” e “Apenas Um Rapaz Latino Americano”.

Depois de anos de sucesso na estrada, em 30 de abril de 2017, Belchior veio a falecer vítima da ruptura de um aneurisma, aos 70 anos de idade.

Belchior pode ter nos deixado, mas suas canções serão para sempre eternas e ele permanecerá um ícone da cultura latino-americana.

Curiosidades

Uma vez, Belchior, em uma entrevista, adicionou os sobrenomes dos seus pais ao seu. Disse que se chamava “Antonio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes”.

Tratava-se, é claro, somente de uma brincadeira para que ele pudesse se intitular “o maior nome de toda a MPB”. Convenhamos, não precisava dessa brincadeira, né? Afinal, até hoje ele continua sendo um dos maiores nomes da MPB.  

Discografia

Agora que você conhece mais sobre a história de Belchior e algumas curiosidades sobre a carreira dele, veja a seguir a discografia completa. No total, são 14 discos de estúdio:

  1. Belchior (1974)
  2. Alucinação (1976)
  3. Coração Selvagem (1977)
  4. Todos os Sentidos (1978)
  5. Era uma vez um Homem e Seu Tempo (1979)
  6. Objeto Direto (1980)
  7. Paraíso (1982)
  8. Cenas do Próximo Capítulo (1984)
  9. Melodrama (1987)
  10. Elogio da Loucura (1988)
  11. Divina Comédia Humana (1991)
  12. Baihuno (1993)
  13. Vicio Elegante (1996)
  14. Autorretrato (1999)

Conheça os sucessos de Belchior

Agora que você já viu a história do Belchior, curiosidades da sua carreira e a sua discografia de estúdio completa, que tal dar uma ouvidinha nos maiores sucessos do cantor? Confira:

Sujeito de Sorte (1976)

“Sujeito de Sorte” é uma das canções mais marcantes do segundo álbum de estúdio de Belchior, Alucinação. 

Apesar de não ser uma das canções que mais chamaram a atenção no disco na época do seu lançamento, é uma das mais adoradas pelos fãs até hoje. Confira:

Um dos fãs incondicionais dessa música é ninguém mais, ninguém menos do que o Emicida, que gostava tanto da faixa que a sampleou para compor a música “AmarElo”, do álbum homônimo de 2019.

Emicida conseguiu captar a mensagem original da música e ressignificá-la, dando um novo contexto. Confira a versão do Emicida, com Pabllo Vittar e Majur:

Como Nossos Pais (1976)

“Como Nossos Pais”, por sua vez, é uma das canções de Belchior que ficou mais marcada no imaginário das pessoas sendo interpretada por outro artista, no caso, Elis Regina.

De qualquer forma, a faixa é triste e fala sobre como, apesar da juventude sempre busca por renovação e muitas vezes conseguir implementar mudanças, ela acaba seguindo caminhos muito parecidos com os das gerações anteriores. Basta lembrar da letra, que diz:

“Minha dor é perceber

Que apesar de termos

Feito tudo o que fizemos

Ainda somos os mesmos

E vivemos

Ainda somos os mesmos

E vivemos

Como os nossos pais”

Eu vou deixar aqui a versão original, na voz do Belchior, mas quero ouvir de você qual versão é sua favorita: a do Homem Lenda ou a da musa da MPB Elis Regina?

Velha Roupa Colorida (1976)

“Velha Roupa Colorida” é outra faixa do Belchior que foi gravada pela Elis Regina. Também é uma canção que fala sobre como o tempo age transformações sobre o mundo e sobre nós mesmos e como a juventude é importante. Confira um trecho da letra:

“Você não sente, não vê mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo

Que uma nova mudança em breve vai acontecer

O que há algum tempo era novo, jovem

Hoje é antigo

E precisamos todos rejuvenescer”

A versão da Elis Regina é toda elétrica, com um ritmo rápido, contagiante e bem rock and roll. Confira a versão da Elis:

Já a versão do Belchior é bem mais lenta e contemplativa. Estou deixando as duas aqui porque vale muito a pena ouvir as duas. E também porque eu quero ouvir de você qual das duas é a sua favorita!

Comentário a respeito de John (1999)

Em “Comentário a respeito de John”, por outro lado, Belchior traz uma canção em que faz referência a John Lennon e os The Beatles na canção “Happiness is a Warm Gun”, lançada no White Album, de 1968.

“John, eu não esqueço

Oh no, oh no, oh no

A felicidade é uma arma quente

John, eu não esqueço

Oh no, oh no, oh no

A felicidade é uma arma quente

Quente, quente”

Ouça mais esse clássico de Belchior no player abaixo:

Alucinação

O álbum Alucinação (1976) é, com certeza, um dos mais memoráveis de toda a carreira de Belchior e o preferido de muitos fãs. A música que dá nome ao álbum também é um dos grandes clássicos do artista.

Sabe aquela música que você ouve prestando atenção na letra e, a cada vez que dá o play novamente, percebe uma frase mais potente que a outra? Essa música é assim, olha só um trechinho:

“Eu não estou interessado em nenhuma teoria

Nem nessas coisas do oriente, romances astrais

A minha alucinação é suportar o dia a dia

E meu delírio é a experiência com coisas reais”

Amar e mudar as coisas, me interessa mais, assim como curtir as melhores de Belchior, sempre! Ouça esse grande clássico da MPB no player abaixo:

Fotografia 3×4

Já em “Fotografia 3×4” Belchior traz uma reflexão sobre como é ser um nordestino indo morar em São Paulo. Confira a letra:

“Em cada esquina que eu passava, um guarda me parava

Pedia os meus documentos e depois sorria

Examinando o três-por-quatro da fotografia

E estranhando o nome do lugar de onde eu vinha

Pois o que pesa no norte, pela lei da gravidade

Disso Newton já sabia, cai no sul grande cidade

São Paulo violento, corre o rio que me engana

Copacabana, Zona Norte

E os cabarés da Lapa onde eu morei”

Ouça “Fotografia 3×4”, um dos maiores clássicos da carreira de Belchior, no player abaixo:

Apenas Um Rapaz Latino Americano 

A música “Apenas Um Rapaz Latino Americano” é uma das mais famosas de Belchior. 

Ela foi escrita durante a ditadura civil-militar e revela bem o sentimento do período. 

Por conta da censura, grandes artistas da época, como Belchior e tantos outros da MPB, não tinham voz ativa para expressar o que realmente pensavam.

Nesse contexto, eles eram apenas rapazes latino-americanos, de mãos atadas. Nesse trecho abaixo dá para entender melhor ainda a intenção dessa canção.

“Eu sou apenas um rapaz latino-americano

Sem dinheiro no banco sem parentes importantes

E vindo do interior

Mas sei que tudo é proibido

Aliás, eu queria dizer

Que tudo é permitido até beijar você no escuro do cinema

Quando ninguém nos vê

Não me peça que eu lhe faça uma canção como se deve

Correta, branca, suave, muito limpa, muito leve

Sons, palavras, são navalhas

E eu não posso cantar como convém

Sem querer ferir ninguém”

Confira as melhores playlists com Belchior  

Belchior cantou que era sim um sujeito de sorte, mas todos somos, não é mesmo?

Simplesmente pelo fato de poder ouvir suas canções sempre que quiser, através de um click no meu app, eu já me sinto com muita sorte.

E agora que te mostrei a grandiosidade da obra de Belchior e toda sua contribuição para a música brasileira, é hora de salvar as indicações de playlists com as melhores músicas do cantor e de outros grandes artistas nacionais. Vamos lá?

100% Belchior

Na minha playlist 100% Belchior, você encontra as melhores músicas de toda a trajetória de Belchior, como os clássicos hits do álbum Alucinação e de grandes álbuns de sua discografia. Simplesmente o melhor de todos os tempos do cantor e compositor nordestino:

Clássicos da Música Brasileira 

Curta as músicas de Belchior em uma seleção repleta de estrelas da música brasileira: Chico Buarque, Francisco Alves, Elis Regina, Cartola, Adoniran Barbosa, Raul Seixas, Geraldo Vandré, Caetano Veloso e uma lista enorme de grandes sucessos da MPB.

Anos 70 no Brasil

Enquanto o rock’n’roll,  funk e disco bombavam no cenário internacional, o Brasil fervilhava em talentos da MPB, lançando a carreira de grandes nomes como Gal Costa, Jorge Ben Jor, Djavan, Elis Regina, Erasmo Carlos, Gilberto Gil, Clara Nunes e, é claro, o dono do bigode mais famoso da MPB, Belchior.

Nação Nordestina

Nessa seleção de talentos do Nordeste, você curte as músicas do cearense Belchior e de vários outros artistas nordestinos de vários estilos musicais, além da MPB: clique para curtir hits do Chico César, Gilberto Gil, Juliette, Elba Ramalho, Pabllo Vittar, João Gomes, Daniela Mercury e muito mais.

O melhor de todos os tempos: MPB na Deezer

O melhor lugar para ouvir suas canções favoritas do Belchior e de outros ícones da Música Popular Brasileira é no meu aplicativo!

Isso porque eu possuo uma curadoria especializada que produz playlists que vão te ajudar a voltar no tempo e conhecer canções e artistas que você nem fazia ideia que existiam.

O Belchior, por exemplo, tem uma discografia extensa e muitas músicas de cair o queixo, então, quem está começando a conhecer o artista e mais da história da MPB com certeza vai conhecer mais pérolas dessa época que muitas vezes passam despercebidas.

Por isso, confira os planos disponíveis, escolha aquele que mais condiz com o seu momento e aproveite o melhor da música sem anúncios! Obrigado pela leitura e até a próxima, pessoal!

SE TE FALTAM PALAVRAS, “DIZ COM DEEZER”