Afrobeats: saiba tudo sobre o gênero que vem conquistando o Brasil

Você já se pegou balançando ao som de uma música africana, cheia de ritmo e energia? Se a resposta é “sim”, você provavelmente estava ouvindo afrobeats, um termo abrangente que engloba a rica variedade de estilos musicais contemporâneos africanos, geralmente urbanos, elétricos e dançantes. É uma música que faz as pessoas se sentirem bem e se movimentarem ao ritmo pulsante dos tambores da África.

Matuê e Rincon Sapiência são expoentes do Afrobeats no Brasil

Mas não confunda afrobeats com afrobeat, um gênero musical que surgiu nos anos 1970, pelas mãos do lendário Fela Kuti, que misturava jazz, funk americano dos anos 1960 e música tradicional iorubá. O afrobeat era uma forma de protesto e de conscientização política e social, que denunciava as mazelas e a opressão que o povo africano enfrentava e ainda enfrenta.

Já o afrobeats é deste milênio e tem um foco maior na diversão e na dança, refletindo a alegria e o estilo de vida dos jovens africanos. Apesar das diferenças, o afrobeats também reconhece a importância da herança do afrobeat e reverencia seus fundadores.

Da África para o mundo

O afrobeats se desenvolveu a partir da influência da música popular ocidental, especialmente o pop, o R&B, o hip-hop e o dancehall. Muitos artistas africanos incorporaram elementos desses gêneros em suas próprias criações, adaptando-os às suas realidades culturais e sociais.

Alguns dos artistas mais conhecidos do afrobeats são Wizkid, DaVido, Burna Boy, Tiwa Savage, Yemi Alade, Diamond Platnumz e Fally Ipupa. Eles têm alcançado sucesso tanto dentro da África quanto no cenário internacional, colaborando com artistas renomados como Beyoncé, Drake, Ed Sheeran e Nicki Minaj.

No Brasil, cuja música tem tradição secular de criação a partir de ritmos afro-indígenas, o afrobeats também tem conquistado espaço e reconhecimento, com artistas que misturam os ritmos africanos com as sonoridades brasileiras já bastante impregnadas das batidas de tambores, criando um som original e contagiante.

Entre os destaques do afrobeats brasileiro estão Matuê, Teto, Orochi e Rincon Sapiência. Cada um deles tem uma proposta e uma personalidade musical diferente, mas todos compartilham a influência do afrobeat dos anos 1970, que se materializou na MPB por canções e discos de artistas como Gilberto Gil, Jorge Benjor e Marku Ribas.

Afroconsciência com poesia e ritmo

Rincon Sapiência é um rapper paulistano considerado um dos pioneiros do afrobeats no Brasil. Ele começou sua carreira em 2000, mas só ganhou projeção nacional em 2017, com o lançamento do seu primeiro álbum, Galanga Livre. Suas músicas são caracterizadas por batidas dançantes, letras conscientes e referências à cultura africana.

O rapper também é ativista social e político, tendo sido indicado ao Prêmio Jabuti por seu livro Poesia pra Encher a Laje.

Do Ceará vem Matuê, um rapper que começou a fazer sucesso em 2020 com o lançamento do seu primeiro álbum, Máquina do Tempo. Suas músicas são marcadas por batidas pesadas, letras provocativas e referências à cultura pop. Matuê também é conhecido por sua estética futurista e a habilidade de cantar em inglês e português.

Orochi é um rapper carioca que começou a ganhar notoriedade em 2020 com o lançamento do primeiro álbum, Celebridade. Suas músicas são influenciadas pelo trap, funk e reggae. Orochi também é conhecido pela voz grave e pela versatilidade em criar boas rimas tanto para faixas com a batida mais rápida como para músicas mais tranquilas e melódicas.

Uma treta que acabou em música

Uma polêmica entre esses artistas de afrobeats começou em abril deste ano, quando Orochi criticou o novo single de Teto, Minha Vida É um Filme, que também tinha elementos do afrobeat. Ele acusou Teto de copiar seu estilo e disse que ele, Orochi, era o rei dos afrobeats no Brasil.

Matuê, que faz parte da mesma gravadora de Teto, saiu em defesa do colega e desafiou Orochi a lançar uma música no mesmo dia que ele, 30 de abril. A treta gerou muitos comentários nas redes sociais e dividiu a opinião dos fãs.

Do alto de sua experiência, Rincon Sapiência se posicionou sobre a polêmica em seu Twitter, colocando panos quentes e pregando a união. Ele disse que torce para existir uma cena de afrobeats no Brasil e que os artistas pretos façam parte dela.

No final, quem se saiu melhor nessa disputa foram os fãs de afrobeats, que ganharam no mesmo dia (30 de abril) duas músicas novinhas em folha de dois de seus ídolos: “Assault (Joias no Pulso)“, uma parceria de Orochi com Borges, Oruam, Chefin e MC Poze do Rodo, e “Conexões de Máfia“, do Matuê, com participação especial do rapper americano Rich the Kid. Nada mal.

Na Deezer você pode mergulhar de cabeça no vasto universo da música africana através de diversas playlists que trazem a batida do afrobeats e seus vários subgêneros. Curta agora:

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