Deezer Next apresenta Melly: quem é cantora baiana elogiada por Caetano Veloso

“Me chame de Melí”: é assim que Melly, cantora soteropolitana, se apresenta em sua conta no Instagram. Esse aviso, no entanto, não deve durar por muito mais tempo. Eleita uma das três Deezer Next 2023 – ao lado de N.I.N.A e Allana Macedo – e vencedora do Prêmio Multishow na categoria “Revelação do Ano”, a jovem talentosa de 22 anos tende a ser cada vez mais conhecida e em breve vai dispensar apresentações.

Chega mais perto pra tu ver

Com mais de 300 composições escritas em português e em inglês, Melly já ultrapassou as barreiras de estilo e acumula títulos nobres como “uma das maiores representantes do R&B brasileiro” e “o novo som da Bahia”. Para os fãs, ela tem uma “voz que faz carinho”, “canta como um passarinho”, “voz pura e abençoada”. Recebeu elogios públicos ainda de Liniker, Hiran e Gabriel Andrade (co-fundador e curador do Festival Coala).

Luedji Luna, indicada ao Grammy Latino, disse em 2021 em seu Twitter que Melly tinha sido uma das revelações do ano e a quarta artista mais escutada por ela no período. Melly também conta no vídeo oficial do Deezer Next sobre quando conheceu um de seus ídolos: “Caetano (Veloso) me conheceu! Que loucura! E aí ele me pediu para tocar, gostou, elogiou… e foi uma doideira, velho! Cheguei em casa contando pra minha mãe, toda animada”, recorda. Ninguém exagerou ao valorizar a cantora assim, publicamente, mas vale dizer que tal sucesso não se deu da noite para o dia e essa história não começou hoje.

Você gosta de soul?

Aos 6 anos de idade, a pequena Melly começou a fazer aulas de piano. Em entrevista ao site GShow, ela contou desse início: “Acompanhava meu pai nos shows, com a banda dele de samba-reggae. Subia no palco para tocar uma flauta, que nem estava ligada em nada, mas só por estar ali no palco já era incrível”. Quando completou 10 anos, pediu de presente um violão e a avó, sem saber, comprou um modelo para destros. “Eu sou canhota e aprendi na marra a tocar aquele violão”, lembra a artista no vídeo do Deezer Next.

Melly não cansa de falar de sua admiração por Amy Winehouse e lembra perfeitamente de quando ouviu a cantora pela primeira vez: sua tia Letícia tinha ouvido falar da diva do soul e comprado um CD. “Amy Winehouse foi a pessoa que fez eu me apaixonar por R&B, que é o tipo de música que me apetece. Eu me apaixonei pela identidade dela, pela personalidade, por tudo”, conta. Mas faz questão de esclarecer: “Eu vejo beleza em todo tipo de musicalidade. Sou bastante eclética”.

Por eclética, entenda-se as músicas que cresceu ouvindo: axé, ijexá, afoxé, samba-reggae, MPB, rap, jazz e mais. Na playlist, além de Amy e Caetano, Melly ouvia Gilberto Gil, Gal Costa, Nina Simone, Aretha Franklin, Elza Soares… e essa mistura fina deu vida a um repertório igualmente amplo e com uma base sólida e cheia de suingue.

Cole no show pra escutar minha voz

Seu primeiro hit foi o single “My Love”, de 2018, uma composição própria com claras influências de Amy (como era de se esperar) e perfeita para cantar de olhos fechados ou curtir o crush. Em 2019, “(In)Verdade” traz um lado sensual – inclusive no clipe, que ultrapassou 74 mil visualizações no YouTube. Um ano depois, foi a vez de três sucessos: a declaração de amor “Nêga”, o convite pra balada (e pro romance) “Sexta-feira” e “AluSina”, com uma brincadeira de palavras em português e inglês (que, aliás, lembra o jogo de expressões em duas línguas usado por Caetano em “À Francesa”). Em 2021, a artista lançou “Soul”, com o DJ Manigga, e começou uma etapa mais dançante de sua carreira. Samba-reggae e guitarra com influências tropicais caribenhas fazem parte dos ingredientes.

Foi também o ano de seu primeiro EP, Azul, onde Melly apresenta quatro músicas autorais. A faixa-título tem aquela vibe que gruda no ouvido, no melhor sentido. Começa a batida “Azul, tudo azul, eu e você, chega mais perto pra tu ver, pode ser nosso segredo, ninguém precisa saber” e é impossível segurar o corpo no lugar. Na sequência, vem “Luv”, com uma voz rouca e totalmente envolvente. Em “Feriado”, ela faz um feat com Victor Sant’s cheio de malemolência. “É feriado, esqueço o trabalho. E o que tem pra fazer, deixei anotado. Hoje é eu e você, quer mais pra quê? Nem quero saber, já chego aê”. Para fechar, “Barril”, um feat com Murilo Chester com cara de balada. “De copão na mão. Cê botou pressão. Diz que é tiro e queda. Que me quer daquele jeito. Só que aí você me quebra”, diz a letra. O EP Azul conta ainda com as participações dos músicos Chibatinha (da banda Àttooxxá) e Sullivan (da Afrocidade).

E agora?

No ano passado, novas parcerias deram vida a seus lançamentos. “Então Volta”, com Saulo, “Egoísta Será”, com BIAB e Castellucci, e “Ceder”, com Hiran. Esta última, com voz e violão, o grave dele e o rouco dela, clipe com produção criativa… tem todo jeito de sucesso global. O refrão fácil de decorar também impulsiona o hit: “Se é pra ceder, me dê um pouquinho de você”. Em 2022 também veio “Paris”, com um balanço imperdível.

Neste ano, o talento de Melly ganhou ainda mais alcance com o Deezer Next. “Eu fico muito feliz de estar sendo reconhecida pelo que eu gosto de fazer. É muito bom você ser verdadeira assim, e eu estou podendo ser verdadeira em lugares que eu nunca achei que eu teria oportunidade pelo tipo de música que eu faço, afinal, não faço uma música popular”, diz ela no minidocumentário da Deezer. Além disso, a artista começou a se apresentar em festivais de destaque pelo Brasil, como Meca de Inhotim e Rock The Mountain. Para o ano que vem, Melly deve lançar seu disco de estreia e certamente não para por aí. Voa, Melly!

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